quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Saíndo do Lugar Comum com Márcia Castro



Era uma noite fria de inverno em São Paulo. Recebi o convite da produtora Flávia Souza Lima pra assistir a um show de uma cantora de nome Márcia Castro, no SESC Ipiranga, que eu na minha mais completa ignorância nunca tinha ouvido falar. Aceito a oferta, queria mais era prestigiar o trabalho da minha amiga produtora, que conhecia previamente do show do Totonho Villeroy e sabia que não me colocaria numa furada. O bom gosto da produção ao menos estava garantido.

Chegando lá, me vejo num belo teatro e com presença de Zé Pedro, o que já foi subindo mais ainda o meu conceito, tendo em vista que o dj está sempre antenado com coisa boa e de qualidade. Ok apagam-se as luzes e sem mais delongas me deparo com uma artista num vestido estilizado, cabelos encaracolados, uma presença incrível de palco e uma voz, meu amigo, que voz.

Eu, que sempre me identifiquei com a chamada MPB, me deparo com músicas que jamais tinha escutado. Uma seleção musical diferente, diria até que seria um lado B da MPB. Um lado B da melhor qualidade, diga-se de passagem, que incluía de Gonzaguinha, passando por Itamar Assumpção, Chico, Rita Lee, Tom Zé, dentre outras composições especialíssimas.

Sem falar na banda, um luxo só, comandada por Rovilson Pascoal (guitarra, violão, cavaco), Ricardo Prado (teclado, acordeon, violão e guitarra), Magno Vito (contrabaixo), Simone Soul (bateria ) e Sidmar Vieira (trompete).  E ainda teve a bela participação do cantor Hélio  Flanders ( vocalista da banda Vanguart), que arrasou com 29 beijos e com uma música de sua autoria chamada O que a gente podia ser.  Pro meu apurado feeling já estaria mais do que incluída em qualquer produção de tv  ou do nosso cinema.  Que música astral de se ouvir. Mariozinho Rocha, wake up baby!

Vasculhando a internet, fui atrás pra saber. Que mulher é essa, né ? E claro, como todo artista que desponta, pode ter certeza que a batalha já vinha de anos. 

Resumidamente a baiana Marcia Castro iniciou sua carreira artística em 1995, aos 16 anos. Participou como violonista e cantora em diversos espetáculos teatrais e apresentou-se em diversos palcos da cidade de Salvador, abrindo shows de artistas como Elomar e Belchior, ainda no início da carreira.Em 2003, realizou o show “No Arco da Lua, a Linha do Sol” no Teatro do Sesi, dirigido por Luciano Salvador Bahia, conquistando três Troféus Caymmi: cantora revelação, melhor composição (Queda, de Luciano Bahia) e melhor direção artística (de Hebe Alves). 

Em 2006, conquistou o Braskem de Cultura e Arte, maior prêmio do cenário independente da música baiana, iniciando assim a gravação do seu 1º CD, “Pecadinho”,lançado em junho de 2007 no Museu de Arte Moderna da Bahia. 

Em dezembro, fez a abertura do show de Marina Lima, no Teatro Castro Alves, pelo projeto MPB Petrobrás de Música.  Já em 2008 fez o seu lançamento nacional em São Paulo, no teatro Crowne Plaza, recebendo criticas positivas do jornal O Estado de São Paulo (Lauro Lisboa), de Mauricio Kubrusly (blog Me Leva Brasil), da Carta Capital (Pedro Alexandre Sanches), dentre outras. Foi indicada ao Premio Tim/2008 como melhor cantora pop-rock com o CD Pecadinho, ao lado de Fernanda Takai e Vanessa da Mata. Ufa, quanta história!

O site mbpnet resumiu de forma sucinta o que é o trabalho da artista: No país das cantoras não é fácil conseguir separar o joio do trigo. Muita gente bem intencionada, belas vozes, mas diversas vezes apresentando um trabalho sem conjunto, sem idéia, sem verdade. Esse definitivamente não é o caso de Márcia Castro.

Enfim, se é de uma boa dica que você precisa, se o novo te instiga, corra e vá ouvir, vá ver um show, vale o ingresso. Bem, eu gostei e muito. 



Fonte: mbpnet.com.br